Quando se ama… se ama. Não há nada além disso a não ser o não-amar. Porque, quando se ama, também não se ama. O amor não é um sentimento linear, não pode ser controlado, enjaulado, colocado na coleira.
O amor é livre. Ele vai e volta sem que você se dê conta de que em algum momento ele não esteve ali. Quando o amor começa a demorar para voltar é porque precisa tomar um ar, sentir o vento bater no rosto e então voltar pra casa. Amor não é tão livre assim para passar tempo demais fora, amor gosta de rotina.
Grandes gestos não são o que fazem o amor. Ele é formado de pequenos pedacinhos de vida. Um encontro, um detalhe, uma foto, um toque, um olhar. Uma imagem que fica gravada na cabeça e não sai nunca mais. Você fecha os olhos e pode ver tudo, como se fosse ao vivo. Isso é amor.
Dizem que não é possível se apaixonar mais de uma vez pela mesma pessoa. É mentira. Enquanto o amor está ali, se reinventando, pintando o cabelo, fazendo uma tattoo, pintando as unhas, é que a paixão entra. Você vê aquele amor novinho, com cara de fresco, cheirando bem. Ai você se apaixona, mas quando nota… Ops, esse era o amor velho. E não é que é mais gostoso ainda?
Amar vai além do amor e precisa do não-amar como também precisa da paixão. Amor é pegar cada pedacinho da vida e deixar que outra pessoa misture as peças sem que você veja. Amar é acordar todo dia, ver a baba no travesseiro, o cabelo amassado e não pensar em outra coisa além de “ainda bem que você é meu”.